Há 75 dias Jaina Celente Caetano aguarda uma definição do Estado. Sua filha de 11 meses, a pequena Lívia, precisa do leite especial Neo Cate LCP, pois é alérgica à proteína do leite de vaca (APLV). No entanto, o pedido feito na farmácia estadual ainda não foi aceito.

Quando tinha 30 dias, os pais perceberam que Lívia tinha graves problemas digestivos e procuraram a ajuda de uma pediatra. Já na primeira consulta a médica levantou a possibilidade de uma alergia, que se confirmou após uma dieta restritiva. Jaina decidiu parar de trabalhar para se dedicar à filha, que se alimentou apenas do leite materno até os nove meses.

Os pais então visitaram um gastropediatra, que depois de alguns testes informou que o Neo Cate LCP seria o leite ideal. O problema: cada lata de 400 gramas custa R$ 215,00 nas farmácias de Pelotas, e dura apenas quatro dias. A família teria que desembolsar mais de R$ 1,7 mil por mês apenas para comprar o alimento.

O pedido do Neo Cate LCP foi feito à farmácia do Estado no dia 5 de agosto, com previsão de até um mês para ser avaliado. Porém, a mãe ainda aguarda uma resposta e continua desempregada para cuidar de Lívia. Enquanto isso, a família conta com doações de outras crianças que superaram a alergia e ainda têm o leite, e de mães que passam pelo mesmo problema.

O setor farmacêutico da 3ª Coordenadoria Regional de Saúde (3ª CRS) informou que o processo aguarda a avaliação de um perito em Porto Alegre. O Diário Popular entrou em contato com a Ouvidoria da Secretaria Estadual de Saúde, mas o setor não soube informar quando o pedido será avaliado, nem o motivo da demora.